Investimento em TIC no Brasil deve ultrapassar R$ 660 bi até 2025

Investimento em TIC no Brasil deve ultrapassar R$ 660 bi até 2025

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Tendência de crescimento do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na economia, geração crescente e qualificada de empregos e condição do Brasil ser um potencial exportador são alguns dos indicativos que constam no Relatório Setorial 2022 elaborado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais – Brasscom.

O estudo, que compila informações da IDC, Abinee, Conexis Brasil Digital, Rais, Caged e estatais, além da própria Brasscom, considera empresas fornecedoras, usuárias e equipes internas de TI. E apresenta números e índices de, entre outros, produção e crescimento; mercado interno; importação e exportação; mercado de trabalho, salários e empregos e infraestrutura de Telecomunicações e acesso à Internet. E, ainda, evolução e tendências.

“Esta divulgação é uma das iniciativas da Brasscom, que tem como missão fomentar o uso da TI, os empregos no setor e desatar amarras para o crescimento desta indústria”, conta Affonso Nina, presidente-executivo da Associação e que apresentou o Relatório. De acordo com ele, entre as frentes de atuação da entidade, no que se refere à Políticas Públicas para este ano, estão a desoneração da Folha de Pagamento; questões que envolvem a Inteligência Artificial, regulação de Dados; Infraestrutura digital de conectividade; Reforma Tributária e formação e capacitação de profissionais em TIC.

Destaques

É sabido que as TIC são impulsionadoras de negócios e que as empresas que não as adotam e não se transformam digitalmente estão fadadas ao fracasso. Por isso, o potencial deste mercado é extraordinário com vultosos investimentos nesta área.

O Relatório Setorial 2022 da Brasscom traz como destaque o fato de que o macrossetor de TIC representa 6,6% do PIB, correspondendo a R$ 653,7 bilhões de produção setorial e que o Brasil é décimo maior em produção de TIC e Telecom no mundo, sendo o único País da América Latina a figurar em rankings. Além disso, o setor TIC brasileiro representa 36,4% do mercado de TIC na AL, sendo que nos últimos cinco anos cresceu 6,9% ao ano e deverá obter R$ 666 bilhões de investimentos em Tecnologias de Transformação Digital até 2025.

No que diz respeito a vagas, os  pontos levantados apontam que o macrossetor de TIC emprega 2.02 milhões de profissionais, o que corresponde a 4% dos empregos nacionais, com incremento de 117 mil novos postos de trabalho em 2022 e a média salarial é 2,2 vezes maior que a média salarial geral do País. “O setor continua contratando, mas com desaceleração em relação ao estudo anterior”, esclarece Nina.

O Brasil continua precisando de grande quantidade de mão de obra. Nesse sentido, a diretoria executiva da Brasscom atua junto ao MEC e às universidades para colaborar na formação e qualificação de profissionais que supram as necessidades do desenvolvimento em TIC. O Relatório aponta que são pelo menos 530 mil posições de trabalho a serem preenchidas em cinco anos. “Nos ocupamos com a formação técnica e com as chamadas soft skills e, também, com políticas de requalificação”, diz.

Conexão à Web

O acesso da população brasileira – 214,3 milhões, com 82% de usuários de Internet –, por faixa de rendimento mensal por domicílio em 2021 era na classe A, de 6 milhões, que corresponde a 3% da população; a classe B, 44,6 milhões (21%); a classe C, 102 milhões (48%) e a D/E, é de 61,7 milhões, o que corresponde a 29% da população. Respectivamente o uso da Internet em milhões é de 5,8; 41,5; 86,7 e 40,7.

Com esse quadro, o Relatório da Brasscom aponta que o número de usuários de Internet no País aumentou 7,2% ao ano, entre 2015 e 2021, com a inclusão de 59,6 milhões de usuários. Aponta também que a proporção de usuários brasileiros é acima da média mundial: 14,1 p.p. “O Brasil caminha para a universalização do acesso à Internet nas classes de renda mais baixas e isso não está acontecendo de forma tão devagar”, avalia o presidente-executivo da Brasscom.

Perspectivas e tendências

No que se refere a investimentos nos próximos três anos (2023 a 2026), o montante previsto para Transformação Digital é de mais de R$ 660 bilhões, com Software (R$ 341 bilhões), Telecomunicações quase R$ 40 bilhões, Serviços quase R$ 140 bilhões e Hardware R$ 146,9 bilhões. O mercado de TIC deverá observar movimentação – em bilhões de Reais – de 308,3 em Nuvem; 81,2 em Big Data e Analytics, IA 69,1, Segurança de Informação 68,4, Robótica 45,7 IoT 37,5, redes sociais 38,7 e outras tecnologias somarão investimentos de R$ 9,5 bilhões. Já para Mobilidade, Dados e Banda Larga a previsão é de R$ 917,5 bilhões com a porcentagem de 8,6 ao ano.

“Nuvem continuará como elemento- chave na infraestrutura de TI em 2023, com investimentos em IaaS mais PaaS de US$ 4,5 bilhões. Isso representa um crescimento de 41%”, detalha Nina. SaaS deverá crescer 27,6% neste ano.

O crescimento de Software será impulsionado por soluções de Segurança, Gestão de Dados, IA e Experiência do Consumidor. Serviços de TI, por sua vez, serão incrementados por Gestão de Aplicações, Consultorias e a Integração de Sistemas.

Ainda em 2023, o gasto em IA vai superar US$ 1 bilhão, com crescimento de 33%. Para soluções de Automação Inteligente a previsão é de US$ 214 milhões, um índice de crescimento de 17%.

Já o gasto com soluções de Segurança deve atingir US$ 1,3 bilhão em 2023, um crescimento de 13%. “Haverá um aumento da participação de Segurança Cibernética nos orçamentos de Tecnologia e de Negócios”, conclui Nina, para quem a Transformação Digital abre novas oportunidades com o uso de TIC e consequentemente, há a necessidade de massificação da conectividade.

Fonte: Inforchannel | 📷 Pixabay

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